As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) sofreram uma acentuada queda nesta segunda-feira (23), fechando em baixa de 6,03% e 6,61%, respectivamente. O declínio ocorreu em meio à sessão de desvalorização do petróleo, mas o principal fator, segundo analistas, foi a proposta que modifica a Lei das Estatais, eliminando vedações para a indicação de administradores.
O analista Hulisses Dias destaca que o mercado teme a possibilidade de indicações políticas na empresa, prejudicando sua gestão técnica. O Citi considera a mudança negativa em termos de governança corporativa, enquanto a Petrobras informou que a revisão da política de indicação busca excluir vedações consideradas inconstitucionais pela Lei nº 13.303/2016.
O Goldman Sachs vê a proposta como um retrocesso que pode aumentar os riscos de ingerência na empresa. Além disso, a criação de uma reserva de remuneração de capital, embora mantenha a política de dividendos, gera incertezas sobre o pagamento futuro de dividendos extraordinários.
A XP destaca a flexibilidade adicional para não pagar dividendos extraordinários, enquanto a falta de detalhes sobre a reserva de remuneração de capital impede uma avaliação completa. A análise da XP considera a notícia como marginalmente negativa para a tese de investimento da Petrobras.
A queda acentuada nas ações, segundo analistas, pode estar relacionada a uma correção após um período de forte alta. O Citi mantém uma recomendação neutra, enquanto o Goldman Sachs mantém uma recomendação de compra para os ativos, destacando que as mudanças propostas pelo Conselho precisam ser aprovadas em assembleia de acionistas.
O mercado agora observa atentamente os desdobramentos dessa proposta e aguarda decisões futuras que possam impactar o rumo da Petrobras e seu desempenho no mercado financeiro.