O Brasil, maior produtor e exportador global de café, colheu em 2023 a terceira maior safra de café de sua história, de acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Isso ocorreu apesar de uma redução na produção de grãos canéforas, que foi mais do que compensada por um aumento na colheita do café arábica, a variedade dominante nos cafezais brasileiros.
A Conab projetou a safra de café do Brasil em 54,36 milhões de sacas de 60 kg, uma ligeira queda em relação à previsão de maio, que era de 54,74 milhões de sacas. No entanto, essa produção representa um crescimento de 6,8% em relação a 2022, o que deve impulsionar as exportações do país após anos de embarques mais fracos.
A produção deste ano é considerada um recorde para um ano de bienalidade negativa, que normalmente apresenta baixa produtividade no ciclo bianual. Comparada à safra de 2021, que foi um ano de bienalidade negativa, o aumento na produção chega a impressionantes 13,9%.
A produtividade média dos cafezais brasileiros, considerando tanto o café arábica quanto o canéfora, deve crescer 4,8% em 2023 em relação a 2022, atingindo 29 sacas por hectare, de acordo com a Conab.
A colheita do café arábica foi estimada em 38,16 milhões de sacas, representando um aumento de 16,6% em relação a 2022. Esse crescimento foi impulsionado pela produção em Minas Gerais e São Paulo, com destaque para o desempenho de Minas Gerais, que registrou um aumento de 29,5% na produção, mesmo em um ano de bienalidade negativa.
Por outro lado, a produção de café canéfora (conilon/robusta) deve sofrer uma queda de 11% em comparação com o recorde de 2022. A safra de conilon/robusta está agora estimada em 16,2 milhões de sacas, com a queda na produtividade devido às condições climáticas adversas no Espírito Santo, o principal estado produtor de conilon.
A Conab observou que os ganhos esperados em Rondônia e Mato Grosso não foram suficientes para compensar a perda no Espírito Santo. No geral, a safra de café do Brasil em 2023 reflete uma mistura de desafios e sucessos, com um aumento notável na produção de arábica compensando a redução na produção de canéfora.
Foto: Moka Clube